domingo, 27 de junho de 2010

Educação do Sensível

No Capítulo A Educação (do) Sensível (Saborear) Duarte Jr. trata de como a separação do inteligível e do sensível afetam o ensino. Desta maneira, o autor afirma que:

" Decorrentes de nossa sociedade industrial, as condições de mercado influneciam o tipo de educação a que estamos submetidos, a qual contribui, sem contestação, para a formação desse tipo de pessoa que, compartimentada, movimenta-se entre uma vida profissional e um cotidiano sensível, cotidiano para o qual parece não possuir o menor treinamento com base no desenvolvimento e refinamento de sua sensibilidade. Deste modo a figura do especialista só pode nos aparecer como alguém "manco da existência", ou seja, alguém que investe seu tempo e energia num conhecimento altamente parcializado (...)."[p. 165 e 166]

Assim, utilizo para ilustrar novamente um trecho do programa Café Filosófico: o que pode o corpo? no qual, Viviane Mosé fala sobre a 'escola' e também pode ser relacionado com a teoria da escola tecnicista estudada na disciplina.




Referência

Duarte Jr. J.F. O Sentido dos Sentidos: a educação (do) sensível. A Educação (do) Sensível (Saborear). Criar Edições, 3ed PR, 2004.

Meu corpo sabe melhor do que eu...

Ainda no capítulo O Saber Sensível (Estesia) de O Sentido dos Sentidos Duarte Júnior utiliza uma citação do filósofo W. Luijpen que diz:

"Meu corpo "sabe" muito melhor que eu o que significam duro, mole, agudo, viscoso, frio , quente, pesado, oloroso, saboroso, etc. As pernas de um grande futebolista, ou antes, todo o seu corpo, "sabe" muito mais acerca do campo, da bola, do gol, dos companheiros, do espaço e do tempo que o próprio jogador. Enquanto pode confiar nesse misterioso "saber" é um excelente futebolista. Assim que começa a "refletir", está no momento de pensar em ser técnico. Meus pés "conhecem" muito melhor do que eu pessoalmente as escadas que todo dia subo e desço, e meu corpo "sabe" muito mais que eu a respeito da minha bicicleta (...)
"Sob" o sujeito pessoal há, pois, em ação um sujeito pré-pessoal... Esse sujeito pré-pessoal, quase se diria "anônimo", é o corpo humano, o qual já firmou um pacto com o mundo, antes de completar o sujeito pessoal a sua história." [p. 130]

Assim, anexo aqui uma cena lindíssima do filme Cidade dos Anjos para exemplicaficar.

Boa apreciação!





Referência

DUARTE JR, J. F. O Sentido dos Sentidos: a educação (do) sensível. O Saber Sensível (Estesia). Criar Edições, 3ed, PR, 2004.
Outros trechos do programa café filosófico, com exemplos relacionados à postagem anterior!




Para Duarte Júnior "o corpo é a transição entre aquilo que tenho, ou seja, nossa consciência simbólica nos 'descola' de nosso organismo (...)" "o 'meu' corpo representa a transição de 'mim' para meu mundo." [p.129]



Referência

DUARTE JR, J. F. O Sentido dos Sentidos: a educação (do) sensível. O Saber Sensível (Estesia). Criar Edições, 3ed, PR, 2004.

Estesia

Os textos que mais chamaram a atenção para mim neste primeiro semestre foram os capítulos Estesia e Saborear do livro O Sentido dos Sentidos de Duarte Júnior.

Esta e as próximas postagens estarão relacionadas a eles, os quais irei permear com trechos do programa Café Filosófico: O que pode o corpo? com a filósofa Viviane Mosé e a bailaria e coreógrafa Dani Lima.

No Capítulo O Saber Sensível (Estesia) o autor utiliza-se do antigo ditado "Quando a cabeça não pensa o corpo padece", e re-elabora-o da seguinte maneira: "qunando só a cabeça pensa o corpo fenece" para tratar sobre o conhecimento sensível e o inteligível.
Duarte Júnior argumenta que: "Sabedoria que às vezes é dita sentimento, às vezes intuição e às vezes até mesmo treino corporal puro e simples. Tais denominações, contudo, são costumeiramente empregadas para denotar uma atividade de nosso corpo racional produzido pela ação de um cérebro que abstrai, ou seja, que se distancia de uma situação concreta e a representa simbolicamente. Assim, ao saber detido pelo corpo o homem moderno não costuma emprestar prestígio, sequer lhe dando, no mais das vezes, a devida atenção e reconhecimento." [p.125] e ainda: "O corpo conhece o mundo antes de podermos reduzi-lo a conceitos e esquemas abstratos próprios de nossos processos mentais." [p. 126]

Sobre este assunto anexarei dois trechos do programa café filosófico, citado anteriormente.





Referência

DUARTE JR, J. F. O Sentido dos Sentidos: a educação (do) sensível. O Saber Sensível (Estesia). Criar Edições, 3ed, PR, 2004.

sábado, 26 de junho de 2010

Fayga Ostrower

Falando em Fayga...

Abaixo um vídeo dela, onde ela fala sobre suas percepções de arte e intuição e outras relações.

Boa apreciação!

Por falar em redes de computador...

Durante as aulas, estudamos a autora, artista e pesquisadora, Fayga Ostrower que escreve sobre Computadores e Formas Artísticas em seu livro Acasos e Criação Artística.

Para ela "Há muitos motivos para se discutir a linguagem dos computadores em termos de linquagem artística"

O desenvolvimento tecnológico e científico, desencadeiam mudanças que fazem com que tenhamos que repensar a arte.

Os avanços, que estamos assistindo em nosso século "Alteram tudo, os modelos de pensamento e as hipóteses correntes, os próprios meios e modos de oservação e, ainda os esquemas de avaliação dos resultados. Diante de transformações tão radicais do mundo mental, e também diante do caráter problemático desta cultura, é preciso repensar as metas e os significados da arte." [p. 188]

Para Fayga, "a humanidade se encontra a meio caminho entre a descendência do animal e a ascendencia para a máquina."

Neste sentido a autora defende o uso das máquinas para a arte, o fazer artístico e o aprendizado em arte. Porém é preciso utilizá-las como aliadas e nao sermos dependentes delas.

Referência

OSTROWER, Fayga. Acasos e Criação Artística, 4ªed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

Labirinto




A metáfora Rizoma, em arte, pode ser relacionada também à do labirindo, (daí o nome do blog).

Circunvulações, encruzilhadas, bívios, curvas, rodeios, ruas sem saída, trechos com abismos, penhascos, portas trancadas, sem chaves, sem teto, a céu aberto. Expansão desenfreada, vertigem, clausura, descobertas, são as características principais de um labirinto.

Segundo a artista e pesquisadora Lucia Leão, que relaciona o sistema de labirinto às redes de internet, a coerência no “sistema-labirinto” da grande rede está nas trocas dinâmicas de comunicação envolvendo todos os seus centros. Ao mesmo tempo uma estrutura acentrada e policêntrica, a rede é híbrida. Os links nos sites online se comparam com portas de acesso conectando os vários segmentos e órbitas de um labirinto, alternativas de percurso que o prolongam ou interrompem. Alcançar o centro significa uma soma de caminhos e experiências singulares, cíclicos ou não, mas sempre tortuosos e não-lineares. Desta maneira podemos comparar à forma como se dá o conhecimento.

Lucia Leão destaca como desafio do labirinto a necessidade por parte do herói de conhecer seu segredo: o caminho de volta, o traçado do labirinto. Assim deve ser um dos princípios da estrutura de navegação na interface da rede: o reconhecimento do percurso, a possibilidade de memorizar o desenho do “labirinto”, a orientação que se faz necessária numa navegação – por meio de bússolas e dos desenhos das constelações. Segundo a autora, a arquitetura de navegação deve levar em conta três tipos, representando três tipos de percurso, ou estágios de um mesmo percurso.

Segundo a autora:
"Um labirinto é a arquitetura propriamente dita, pura potencialidade gravada em disco, nos sistemas ou nas redes. O segundo labirinto é esse ‘espaço que se desdobra’ e que se forma através do percurso de leitura do viajante. Esse segundo labirinto é uma atualização do primeiro. O terceiro labirinto seria aquele que surge após a experiência hipermidiática. Nem sempre se delineia claramente. Muitas vezes, a percepção que fica desse labirinto é mais a de uma silhueta sem forma, imagem que se esvai." [p.46]





Referências
LEÃO, L.
a estética do labirinto São Paulo: Anhembi Morumbi, 2002.

Site: http://www.pacc.ufrj.br/web-arte/sobre/txt2.html

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Rizoma: o caule das gramíneas.

Muitas vezes ouvi pessoas utilizarem o termo Rizoma nas artes e na filosofia de uma forma equivocada, tratando o Rizoma como um tipo de raíz sendo que este é um tipo de caule. Desta forma decidi escrever um pouco sobre o caule do tipo Rizoma, assim espero que meus leitores façam as relações entre este e o conceito utilizado para a arte descrito na publicação anterior.

Segundo Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosária Rodrigues Vidal (2003) no livro Botânica organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos., que trata sobre a morfologia vegetal Rizoma é um caule subterrâneo "geralmente horizontal, emitindo, de espaço a espaço, brotos aéreos foliosos e floríferos; dotado de nós, entrenós, gemas e escamas, podendo emitir raízes. Ex.: bambu, bananeira, espada-de-são jorge." p. 102.

Tratando de Rizoma, com um enfoque mais reprodutivo Peter H. Raven, Ray F. Evert e Susan E. Eichhorn em Biologia Vegetal diz que:

"Os caules subterrâneos, ou rizomas, também são importantes estruturas reprodutivas, especialmente em gramíneas e ciperáceas. Os rizomas invadem as áreas próximas à planta mãe e cada nó pode originar um novo eixo caulinar. As características indesejáveis de muitas ervas daninhas resultam desse tipo de padrão de crescimento, e muitas plantas de jardim, como as íris, são propagadas quase inteiramente por rizomas." p. 175.

Em resumo, o rizoma é um caule subterrâneo que tem função de sustentação da planta, a qual se reproduz de forma assexuada, ou seja, a partir da planta mãe, portanto todas terão o mesmo material genético, serão idênticas.

Abaixo algumas imagens de rizoma.





Referências:

VIDAL, W. N. e VIDAL, R. R. V. Botânica organografia: Quadros Sinóticos Ilustrados de Fanerógamos 4ªed. Voçosa: UFV, 2003.

RAVEN, P. H. RAY, F. E. SUSAN, E. E. Biologia Vegetal, 6ªed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2001.

Rizoma

Para abrir o blog, começarei escrevendo sobre a teoria do rizoma, que perpassou toda a disciplina neste primeiro semestre.

Uma citação do wikipédia, tratando de rizoma, no conceito filosófico a partir de Deleuze e Guattari diz que: "Os autores apresentam como seu próprio modelo uma anunciação da pós-modernidade, o conceito de rizoma, que dispõe-se a reconhecer as multiplicidades, os movimentos, os devires. A unidade estaria no múltiplo unicamente como uma subtração deste, como n-1. Ainda que possa arborificar-se em determinados momentos, o rizoma de forma alguma é uma arborificação. O rizoma, distintamente das árvores e suas raízes, conecta-se de um ponto qualquer a um outro ponto qualquer, pondo em jogo regimes de signos muito diferentes, inclusive estados de não-signos. Não constitui-se de unidades, e sim de dimensões. O rizoma é feito de linhas: tanto linhas de continuidade quanto linhas-de-fuga como dimensão máxima, segundo a qual, em seguindo-a, a multiplicidade metamorfoseia-se, mudando de natureza. O rizoma é o que já foi."

Assim, no ensino da arte, o conceito de Rizoma pode ser aplicado por se tratar de um ensino não linear que, onde os conhecimentos se entrelaçam e se conectam.

Ainda, no wikipédia é encontrada a seguinte citação:

"O rizoma, como um sistema a-centrado, seria, portanto, a expressão máxima da multiplicidade em detrimento às outras duas condições apresentadas de raiz e radícula, que não expressam nada mais do que a proposta de um todo disciplinador, um totalitarismo estrutural."

Desta maneira, esta primeira publicação trata do conceito de Rizoma na filosofia que é aplicado à arte. Na próxima postagem procurarei tratar do conceito de Rizoma para a própria Biologia.