sábado, 26 de junho de 2010
Labirinto
A metáfora Rizoma, em arte, pode ser relacionada também à do labirindo, (daí o nome do blog).
Circunvulações, encruzilhadas, bívios, curvas, rodeios, ruas sem saída, trechos com abismos, penhascos, portas trancadas, sem chaves, sem teto, a céu aberto. Expansão desenfreada, vertigem, clausura, descobertas, são as características principais de um labirinto.
Segundo a artista e pesquisadora Lucia Leão, que relaciona o sistema de labirinto às redes de internet, a coerência no “sistema-labirinto” da grande rede está nas trocas dinâmicas de comunicação envolvendo todos os seus centros. Ao mesmo tempo uma estrutura acentrada e policêntrica, a rede é híbrida. Os links nos sites online se comparam com portas de acesso conectando os vários segmentos e órbitas de um labirinto, alternativas de percurso que o prolongam ou interrompem. Alcançar o centro significa uma soma de caminhos e experiências singulares, cíclicos ou não, mas sempre tortuosos e não-lineares. Desta maneira podemos comparar à forma como se dá o conhecimento.
Lucia Leão destaca como desafio do labirinto a necessidade por parte do herói de conhecer seu segredo: o caminho de volta, o traçado do labirinto. Assim deve ser um dos princípios da estrutura de navegação na interface da rede: o reconhecimento do percurso, a possibilidade de memorizar o desenho do “labirinto”, a orientação que se faz necessária numa navegação – por meio de bússolas e dos desenhos das constelações. Segundo a autora, a arquitetura de navegação deve levar em conta três tipos, representando três tipos de percurso, ou estágios de um mesmo percurso.
Segundo a autora:
"Um labirinto é a arquitetura propriamente dita, pura potencialidade gravada em disco, nos sistemas ou nas redes. O segundo labirinto é esse ‘espaço que se desdobra’ e que se forma através do percurso de leitura do viajante. Esse segundo labirinto é uma atualização do primeiro. O terceiro labirinto seria aquele que surge após a experiência hipermidiática. Nem sempre se delineia claramente. Muitas vezes, a percepção que fica desse labirinto é mais a de uma silhueta sem forma, imagem que se esvai." [p.46]
Referências
LEÃO, L.
a estética do labirinto São Paulo: Anhembi Morumbi, 2002.
Site: http://www.pacc.ufrj.br/web-arte/sobre/txt2.html
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